quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Boas perspectivas

                Hoje foi um daqueles dias em que tudo deu errado, mas eu fiquei feliz mesmo assim! É um pouco frio pensar que deu mais errado para outros a minha volta e até sádico pensar que algumas coisas poderiam ter dado errado comigo, mas... Antes eles do que eu! Mas, já que estamos confessando tudo aqui, Chantal, eu não dou a mínima por ter esse sentimento “feio”. Que estranho, não? Tenta-se sair de uma corda bamba, da qual se pode cair em depressão a qualquer momento, foge-se de momentos de tristeza e angústia com uma ansiedade desesperadora e quando finalmente se tem um dia bom, apesar dos pesares, podemos nos sentir culpados, pois outros não o tiveram, ou porque nos sentimos bem de o “dia ruim” não ter caído para nós na roleta de hoje. Sinto-me como o Woody Allen já disse se sentir, não é que eu vejo a metade vazia do copo, vejo a metade cheia, sim, cheia de veneno! Então até nos dias bons a nuvenzinha negra e a voz interna estão à espreita, chego a ouvir o sussurro: “foi bom hoje, né? Tolinha, espera só para ver amanhã...”. Uau, o título do texto era para ser “Boas perspectivas”, vejam até onde cheguei. Estão vendo como funciona uma cabeça obsessivo-compulsiva?
                Mas voltemos à “good vibe”, afinal, don’t you know about the bird, when everybody knows that the bird is the word! Digressões à parte, o dia foi muito bom, não foi ótimo, mas chegou muito perto. Apesar de alguns contratempos e certas perdas monetárias não planejadas, que em outra ocasião me consumiria uma noite de sono, hoje vi os acontecimentos com uma sensação de esperança admirável, gostaria que ela pudesse se materializar para eu tirar uma foto e postar para verem como é roliça e rosada, uma bela criancinha gordinha, cheia de boas perspectivas. Essa sensação de esperança farta vem não sei de onde e não sei o quanto irá durar, honestamente, não quero pensar muito nisso para não cair na armadilha de planejá-la e estragar tudo. Então só vou aproveitá-la e senti-la, que seja eterno enquanto dure... o efeito do Rivoril. Brincadeira, a sensação foi pura, está sendo muito boa para ser provocada artificialmente, só quero deixá-la residir em mim até quando ela quiser ficar.
                Estranho como até as cores mudam quando se sente assim, os cheiros melhoram e os músculos faciais dão trégua quando nos sentimos felizes. Embora esperança seja um sentimento de felicidade em baixa escala, seja mais um pronunciamento de felicidade, é estranhamente desatrelada da ansiedade em relação ao futuro; representa futuro, mas antecipando a sensação positiva para o presente. Enquanto a ansiedade opera exatamente de maneira oposta: condena o futuro antecipando preocupações para o presente. Vou aproveitar esta onda antes que aquela voz sussurre os comandos que desencadeiam a ansiedade. Como ela virá de qualquer forma, pelo menos até lá, me sinto melhor. Bejunda.

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