segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sono


                Sono. Ou falta do mesmo. Pensei em intitular este mais novo desabafo em “Insônia”, mas insônia não é exatamente uma manifestação esporádica, é na verdade uma condição clínica, quem tem insônia tem dificuldade de dormir sempre, não em algumas noites em especial, nas quais se sabe exatamente o motivo da falta de sono, certo? Eu não tenho insônia, só não consigo dormir quando eu quero. Em algum momento o meu corpo se rende ao cansaço e embala no sono, só não acontece quando eu quero, mas depois de repousar nos braços de... let me Google it... oh, right! Morfeu, não quero mais deles levantar, durmo pesado, sonho coisas absurdas e nem ouço o despertador, por isso que me desespero em dormir, porque sei que se dormir pouco, não consigo acordar, e por me desesperar, não consigo dormir! Ainda mais na ante véspera de uma prova e depois de um feriado (não gosto de feriados, honestamente, todos os adoram, mas feriados nos tiram da rotina, eu sempre acordo em feriados desesperada por ter perdido a hora, depois me lembro de que era feriado, posso dormir mais; mas ainda assim passo o dia desconfiada, com uma pulga atrás da orelha, achando que me confundi e não era feriado coisíssima nenhuma e só eu não fui trabalhar; daí fantasio com o dia seguinte: eu chegando no trabalho, todos rindo pelas minhas costas e meu chefe me aguardando ao lado da minha mesa com minha carta de demissão), o que torna o sono ainda pior, fora da rotina e com aquela ansiedade de não conseguir acordar com o despertador no dia seguinte. O que fazer então?
                Posso levantar e estudar mais um pouco, isto sempre alivia a ansiedade (ainda mais perto da prova), mas aí vou me empolgar e ficar mais umas 3, 4 horas acordada, daí me canso, durmo e definitivamente não consigo acordar no horário; posso escrever, desabafar e tentar aliviar a ansiedade do modo mais lento e menos eficaz (ainda assim, estou conseguindo alta produtividade, dois textos por dia no blog, um up e um down, thumbs up for mood disorder! =D); posso fazer uso de mais umas gotinhas da minha “papoula”, mas já recebi orientações médicas de maneirar nas santas gotinhas de Rivotril, para não passar o dia sonolenta e não atrapalhar no trabalho da terapia sobre as origens da ansiedade (honestamente, me sinto uma cobaia, eu sei que é melhor resolver o problema que tomar medidas paliativas, mas me deixar a semana me contorcendo de ansiedade para “estudar” melhor suas origens beira a crueldade!); ou posso desligar tudo e tentar mergulhar no sono mais uma vez.
                Não, não, isso não deu certo, não vou me arriscar de novo. Já repensei em tudo da minha vida até o presente, fantasiei sobre 17 futuros alternativos entre a data de hoje (15 de novembro) e o dia 31 de dezembro deste mesmo ano, já ouvi barulhos estranhos vindos de todas as portas e janelas do apartamento, já ouvi as risadas e piadas de absolutamente todos os motoboys que pararam na pizzaria do térreo para tirar pedido, já pensei que os barulhos na porta pudessem ser de algum motoboy que subiu para me assaltar ou me machucar, depois lembrei que são todos amigos e não iriam querer nada comigo anyway, então pensei que alguém pudesse estar tentando assaltá-los ou assaltar a pizzaria, render a balconista vesga e o pizzaiolo gatinho de 19 anos, então fantasiei que eu descia de pijama para salvá-los... com uma raquete elétrica para matar mosquitos. Wow, daí eu levanto do mergulho nas profundezas do meu cérebro concluindo, “nossa, já virei a noite acordada pensando besteira, deve ter se passado mais de ...”. Que nada. Passaram-se 15 minutos apenas. Ótimo, estou reclamando do que? Otimizei, consegui o inesperado, uma crise neurótica de insônia (ou falta de sono) em apenas 15 minutos! Tenho tempo de sobra de ter mais umas três dessas e ter perdido apenas uma hora da minha noite de sono, isso não deve me impedir de acordar amanhã, certo? Não? Droga, já estou pensando nisso de novo, lá se foi o sono...

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