quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Songs that express my heart - Part II (yeah, that's tacky, so what?)

Hoje preciso publicar minha mais nova obsessão, uma música excelente, combina muito comigo e com qualquer louquinho incompreendido por si e pelos demais, de uma banda sensacional que infelizmente não existe mais.
Enjoy it:

Flagpole Sitta -- by Harvey Danger

"I had visions, I was in them,
I was looking into the mirror
To see a little bit clearer
The rottenness and evil in me

Fingertips have memories,
But can't forget the curves of your body
So when I feel a bit naughty
I run it up the flagpole and see who salutes
(But no one ever does)

I'm not sick, but I'm not well
and I'm so hot 'cause I'm in hell

Been around the world and found
That only stupid people are breeding
The cretins cloning and feeding
And I don't even own a TV

Put me in the hospital for nerves
And then they had to commit me
You told them all I was crazy
They cut off my legs now I'm an amputee, Goddamn you

I'm not sick, but I'm not well
And I'm so hot cause I'm in hell
I'm not sick, but I'm not well
And it's a sin, to live so well

I wanna publish 'zines
And rage against machines
I wanna pierce my tongue
It doesn't hurt, it feels fine
The trivial sublime
I'd like to turn off time
And kill my mind
You kill my mind
Mind...

Paranoia, paranoia
Everybody's comin' to get me
Just say you never met me
I'm runnin' underground with the moles
Diggin' holes
Hear the voices in my head
I swear to God it sounds like they're snoring
But if you're bored then you're boring
The agony and the irony, they're killing me, whoa!

I'm not sick, but I'm not well
And I'm so hot cause I'm in hell
I'm not sick, but I'm not well
And it's a sin to live this well"

http://www.youtube.com/watch?v=tWnbUpkOiB0&feature=fvst

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Friends. Right?

I need more friends. No, I dare to say I need NEW friends. Seriously, don't get me wrong, if you're reading this and you consider yourself my friend, please don't be offended, just... try NOT TO BE AN ASSHOLE. That's all. Kthxby.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sono


                Sono. Ou falta do mesmo. Pensei em intitular este mais novo desabafo em “Insônia”, mas insônia não é exatamente uma manifestação esporádica, é na verdade uma condição clínica, quem tem insônia tem dificuldade de dormir sempre, não em algumas noites em especial, nas quais se sabe exatamente o motivo da falta de sono, certo? Eu não tenho insônia, só não consigo dormir quando eu quero. Em algum momento o meu corpo se rende ao cansaço e embala no sono, só não acontece quando eu quero, mas depois de repousar nos braços de... let me Google it... oh, right! Morfeu, não quero mais deles levantar, durmo pesado, sonho coisas absurdas e nem ouço o despertador, por isso que me desespero em dormir, porque sei que se dormir pouco, não consigo acordar, e por me desesperar, não consigo dormir! Ainda mais na ante véspera de uma prova e depois de um feriado (não gosto de feriados, honestamente, todos os adoram, mas feriados nos tiram da rotina, eu sempre acordo em feriados desesperada por ter perdido a hora, depois me lembro de que era feriado, posso dormir mais; mas ainda assim passo o dia desconfiada, com uma pulga atrás da orelha, achando que me confundi e não era feriado coisíssima nenhuma e só eu não fui trabalhar; daí fantasio com o dia seguinte: eu chegando no trabalho, todos rindo pelas minhas costas e meu chefe me aguardando ao lado da minha mesa com minha carta de demissão), o que torna o sono ainda pior, fora da rotina e com aquela ansiedade de não conseguir acordar com o despertador no dia seguinte. O que fazer então?
                Posso levantar e estudar mais um pouco, isto sempre alivia a ansiedade (ainda mais perto da prova), mas aí vou me empolgar e ficar mais umas 3, 4 horas acordada, daí me canso, durmo e definitivamente não consigo acordar no horário; posso escrever, desabafar e tentar aliviar a ansiedade do modo mais lento e menos eficaz (ainda assim, estou conseguindo alta produtividade, dois textos por dia no blog, um up e um down, thumbs up for mood disorder! =D); posso fazer uso de mais umas gotinhas da minha “papoula”, mas já recebi orientações médicas de maneirar nas santas gotinhas de Rivotril, para não passar o dia sonolenta e não atrapalhar no trabalho da terapia sobre as origens da ansiedade (honestamente, me sinto uma cobaia, eu sei que é melhor resolver o problema que tomar medidas paliativas, mas me deixar a semana me contorcendo de ansiedade para “estudar” melhor suas origens beira a crueldade!); ou posso desligar tudo e tentar mergulhar no sono mais uma vez.
                Não, não, isso não deu certo, não vou me arriscar de novo. Já repensei em tudo da minha vida até o presente, fantasiei sobre 17 futuros alternativos entre a data de hoje (15 de novembro) e o dia 31 de dezembro deste mesmo ano, já ouvi barulhos estranhos vindos de todas as portas e janelas do apartamento, já ouvi as risadas e piadas de absolutamente todos os motoboys que pararam na pizzaria do térreo para tirar pedido, já pensei que os barulhos na porta pudessem ser de algum motoboy que subiu para me assaltar ou me machucar, depois lembrei que são todos amigos e não iriam querer nada comigo anyway, então pensei que alguém pudesse estar tentando assaltá-los ou assaltar a pizzaria, render a balconista vesga e o pizzaiolo gatinho de 19 anos, então fantasiei que eu descia de pijama para salvá-los... com uma raquete elétrica para matar mosquitos. Wow, daí eu levanto do mergulho nas profundezas do meu cérebro concluindo, “nossa, já virei a noite acordada pensando besteira, deve ter se passado mais de ...”. Que nada. Passaram-se 15 minutos apenas. Ótimo, estou reclamando do que? Otimizei, consegui o inesperado, uma crise neurótica de insônia (ou falta de sono) em apenas 15 minutos! Tenho tempo de sobra de ter mais umas três dessas e ter perdido apenas uma hora da minha noite de sono, isso não deve me impedir de acordar amanhã, certo? Não? Droga, já estou pensando nisso de novo, lá se foi o sono...

I Like Giants (…Like Myself)

                Não, não estou obcecada em Kimya Dawson. Ok, só um pouquinho. Mas estou me controlando, para não estragar tudo como eu sempre faço, eu sempre pego uma coisa boa e a transformo numa monstruosa obsessão da qual eu tenho que me livrar em breve para não enlouquecer, então estou me controlando para não virar uma obsessão. Mas como todos sabemos, controle é uma das raízes do comportamento obsessivo-compulsivo, tentando não ficar obcecada, entro na rotina “fazer/não-fazer”, quero fazer, mas não posso, tenho que me controlar, então só penso nisso, fazer/não-fazer/fazer/não-fazer/fazer/não-fazer... Enfim! Voltando ao foco da conversa, estou obcecada em Kimya Dawson.
                Esta música é linda, uma fofura, surreal, como quase todas dela, vocês TEM que ouvi-la. Mas não vou colocá-la aqui, para isso não virar um blog sobre ela, acabei de publicar outra música dela e um texto com trechos de mais uma, então, chega, por enquanto. Mas vocês SIMPLESMENTE TEM que ouvi-la.
                Alguns dos meus versos favoritos são os do refrão, quando ela diz que toda menina se sente muito grande às vezes (como uma gigante), independente de seu tamanho. Ela o diz de maneira tão doce e é exatamente como me sinto. Embora ela seja gordinha, não vou me ater à interpretação superficial que a maioria das pessoas pode ter, pensar que toda mulher acha que tem uns quilinhos a perder, não, imediatamente a primeira impressão que tive foi de que essa música foi feita pra mim, esse verso foi feito pra mim e só para mim no mundo. Embora eu seja magricela, sou alta e de medidas desproporcionais, mãos e pés gigantes, braços e pernas longas, ando de maneira desastrada e desengonçada, o que realça estas proporções. Pela primeira vez ouvi uma descrição simples e doce do meu “gigantismo”, pela primeira vez me senti confortável com o mesmo. Agora posso ficar obcecada por versos tão doces em paz?
Mais uma: “thank you Genvieve ‘cause you take what is in your head/ and you make things that are so beautiful and share them with your friends”. Ok, eu não faço isso, as loucurinhas da minha cabeça eu uso para enlouquecer meus amigos, ou escrever estes textos sem sentido e publicá-los para ninguém ler; ou pior! Pentelhar meu irmão para me emprestar o violão e me ensinar uns acordes para eu aprender a tocar músicas da Kimya Dawson e pentelhar mais amigos na próxima (e última) festa para a qual eu for convidada. Mas, anyway, obrigada, Kimya, por pegar as loucurinhas da sua cabeça e compor músicas tão doces que fazem até uma gigante desengonçada se sentir graciosa. ;)

sábado, 13 de novembro de 2010

Songs that express my heart - part I (god, that was tacky)

Começamos hoje, caros leitores imaginários, uma nova seção, onde eu mostro músicas (letra e video) que expressam o que sinto, quando palavras não são suficientes, ou não fazem o menor sentido.
A de hoje é em homenagem ao Di, ele não é imagnário, believe me, embora eu o veja menos que os imaginários. Divirtam-se e sintam.

I Miss You
"I was always strong as long as we were a team
I crawled into somebody's heart who meant the world to me
Love made me strong enough to be alone and set me free
But with my friends friends to the end is where I wanna be
With my friends friends to the end is where I wanna be

I don't need to
But I want to
Sing with you
'cause I miss you
I don't need to
But I want to
Sing with you
'cause I miss you"
-- Kimya Dawson

http://www.youtube.com/watch?v=xKxZKCqUB1c

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não me pertenço

Eu não decido por mim, eu não consigo me fazer sentir como quero ou como deveria, não consigo mudar, não consigo me aceitar, não mudo a mim nem nada a meu redor e, se quiser, posso viver assim por inércia para sempre, sem sentir as conseqüências. Então me pergunto, o que raios eu estou fazendo morando em mim? Se este corpo é só uma carcaça com cheiros repugnantes, tonalidades horríveis, fluídos asquerosos e espasmos insubordinados, eu não poderia abandonar essa carcaça nojenta e ser apenas o que penso; olhar para as pessoas e as ler pelo que elas pensam e também deixar a elas transparecer só o que penso?  Enquanto eu não posso ser esse espectro inorgânico, preciso lidar com a carcaça, não apenas lidar, não, não, dominá-la.
                É fato, preciso deixar as premissas bem claras antes de discutir e chegar a conclusões, é fato que eu não me pertenço. O processo de usar meu corpo para viver e carregar o espectro de quem sou tem uma série de variáveis, em sua maioria, exógenas, alguns inputs (aos quais eu pouco tenho controle) e funcionamento descoordenado, que em quase nada atende às minhas necessidades e expectativas. Já tentei por anos, desde que “me conheço por gente” dominar e controlar esse processo, em vão. Ouço que preciso deixar o processo fluir e tirar proveito, ver suas qualidades e me divertir com ele, mas como isso é possível quando se odeia tudo a seu respeito?
                Eu não só não me pertenço como estou disposta a me devolver ao fabricante. Se ele aceitar, claro. Eu vejo outros corpos tendo problemas com seus espectros hospedeiros, mas ainda assim tendo uma boa relação, usufruindo desta relação para ser feliz. Eu acho isso lindo. Na terceira pessoa.  Meu corpo é mais presente que eu, ele domina e apodrece qualquer vestígio de leveza e felicidade, consome minhas energias mais do que as fornece, simplesmente não faz sentido. Ele deveria ser um canal pelo qual o que penso possa realizar de maneira palpável meus desejos para ser feliz, mas não, ele é mais forte que eu, funciona por inércia e consome minhas energias, não sobrando muito para ser feliz.
                Mas e agora? Sejamos práticos. Devolvo ao fabricante (wrists cutting alert) ou continuo me debatendo na esperança de um dia nos entendermos? Ou deixo fluir e existir e torcer para um dia sobrar espaço para o pensar? Eu acho que ele, se fosse racional sem a presença do meu espectro racional, deveria ter o mínimo de consideração e solidariedade e dar espaço para o que quero, não ser apenas essa criança mimada incontrolável, hiperativa, é frustrante, pois ficar correndo atrás de uma criança assim, é como correr atrás do rabo. Como estamos falando de uma carcaça burra e asquerosa, não podemos esperar muito, então a parte racional tem que tomar partido, mas como controlar a criança hiperativa não funcionou, cosa facciamo? Tento barganhar, solto aos poucos os impulsos deste corpo cruel e a ele dou chance de mostrar se tem alguma qualidade a qual posso preservar de controles cansativos, para aos poucos migrar para uma condição onde podemos ambos ser felizes (ou apenas menos infelizes, já saio no lucro!), numa construção híbrida (como aquela terceira pessoa genérica que admiro), o maldito “meio-termo”. Prefiro a morte ao meio-termo. Mas sejamos menos orgulhosos, se este estado medíocre me trouxer felicidade, mas felicidade digna, verdadeira, prometo que paro de subestimá-lo e generalizá-lo.
                Então estamos de acordo? Combinamos assim: não me pertenço, mas aceito me pegar emprestado para a experiência de usar este hospedeiro orgânico para, em conjunto com a minha mente (esta sim me pertence), viver bem e feliz. Ouvi hoje que tudo, o mais primário da mente, não só vem do corpo como pertence ao corpo. O que construímos racionalmente parte, inevitavelmente de sentimentos, que partem de impulsos, que partem de necessidades do corpo, logo, a mente “nasce” no corpo e a ele pertence, e não o contrário. Ótimo. Agora resolvemos tudo, estou oficialmente ferrada. Será que posso resolver este impasse em um motim? Quem mais adere? Meus puns? Ora me poupe, minha mente não pertence ao meu corpo coisíssima nenhuma, não admito. Ok, não tenho muita escolha, já percebi que é o que mais faz sentido, assim não teria mesmo como o corpo obedecer a mente e se sujeitar a todas as suas vontades, controles e planos.
                Pois bem, não admito, mas me sujeito a dar ouvidos a essa máquina de secreções e tentar negociar o maldito meio-termo, vamos começar um pouquinho por dia, eu relaxo um pouco a postura e ele relaxa nas câimbras, que tal? Eu abdico do álcool gel e ele dá uma melhorada na pele das mãos, afinal, não tenho 79 anos para precisar fazer plásticas experimentais nas mãos; tento dormir um pouco mais e ele coopera com as dores de cabeça, vamos começar com o mais fácil, combinado? Esperem pelos resultados...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Boas perspectivas

                Hoje foi um daqueles dias em que tudo deu errado, mas eu fiquei feliz mesmo assim! É um pouco frio pensar que deu mais errado para outros a minha volta e até sádico pensar que algumas coisas poderiam ter dado errado comigo, mas... Antes eles do que eu! Mas, já que estamos confessando tudo aqui, Chantal, eu não dou a mínima por ter esse sentimento “feio”. Que estranho, não? Tenta-se sair de uma corda bamba, da qual se pode cair em depressão a qualquer momento, foge-se de momentos de tristeza e angústia com uma ansiedade desesperadora e quando finalmente se tem um dia bom, apesar dos pesares, podemos nos sentir culpados, pois outros não o tiveram, ou porque nos sentimos bem de o “dia ruim” não ter caído para nós na roleta de hoje. Sinto-me como o Woody Allen já disse se sentir, não é que eu vejo a metade vazia do copo, vejo a metade cheia, sim, cheia de veneno! Então até nos dias bons a nuvenzinha negra e a voz interna estão à espreita, chego a ouvir o sussurro: “foi bom hoje, né? Tolinha, espera só para ver amanhã...”. Uau, o título do texto era para ser “Boas perspectivas”, vejam até onde cheguei. Estão vendo como funciona uma cabeça obsessivo-compulsiva?
                Mas voltemos à “good vibe”, afinal, don’t you know about the bird, when everybody knows that the bird is the word! Digressões à parte, o dia foi muito bom, não foi ótimo, mas chegou muito perto. Apesar de alguns contratempos e certas perdas monetárias não planejadas, que em outra ocasião me consumiria uma noite de sono, hoje vi os acontecimentos com uma sensação de esperança admirável, gostaria que ela pudesse se materializar para eu tirar uma foto e postar para verem como é roliça e rosada, uma bela criancinha gordinha, cheia de boas perspectivas. Essa sensação de esperança farta vem não sei de onde e não sei o quanto irá durar, honestamente, não quero pensar muito nisso para não cair na armadilha de planejá-la e estragar tudo. Então só vou aproveitá-la e senti-la, que seja eterno enquanto dure... o efeito do Rivoril. Brincadeira, a sensação foi pura, está sendo muito boa para ser provocada artificialmente, só quero deixá-la residir em mim até quando ela quiser ficar.
                Estranho como até as cores mudam quando se sente assim, os cheiros melhoram e os músculos faciais dão trégua quando nos sentimos felizes. Embora esperança seja um sentimento de felicidade em baixa escala, seja mais um pronunciamento de felicidade, é estranhamente desatrelada da ansiedade em relação ao futuro; representa futuro, mas antecipando a sensação positiva para o presente. Enquanto a ansiedade opera exatamente de maneira oposta: condena o futuro antecipando preocupações para o presente. Vou aproveitar esta onda antes que aquela voz sussurre os comandos que desencadeiam a ansiedade. Como ela virá de qualquer forma, pelo menos até lá, me sinto melhor. Bejunda.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Surto

Quer ver um obsessivo-compulsivo surtar? Após duas sessões semanais de terapia, deixe-o duas semanas sem terapia; esconda sua medicação para ansiedade no meio da bagunça de um ambiente onde ele é obrigado a conviver (here comes the trick), mas o dê a impressão de que ele pode e deve organizá-lo; deixe um objeto que lhe é importante sob posse de uma pessoa com a qual ele não tem intimidade para cobrá-lo insistentemente de volta; arranje um envolvimento com outra pessoa de cunho pessoal/ sentimental sem resolução definitiva (pessoa com a qual ele também não tem intimidade); mas para tudo isso ele tem o desafio (proposto em terapia) de “não se importar” com nada disso. Ser blasé. How THA FUCK is that possible?
Ok, assumo, este não é um surto legítimo, é apenas um pequeno lapso, em um surto legítimo eu não estaria desperdiçando segundos escrevendo, eu provavelmente estaria ligando de madrugada para a secretária do meu terapeuta; tomando o resto de Ritalina da minha minha roomate, just to ingest something with a Black cute “ribbon” on it; virando a noite para colocar todas as minhas roupas em caixas e malas empilhadas no canto do quarto para otimizar espaço e liberar piso visível para passar um paninho com água sanitária no chão, paredes e maçanetas da casa; estaria perseguindo quem sumiu com minha armação preferida de óculos (ok, eu que os  esqueci lá), como uma louca obsessiva-comp... nevermind; estaria mandando e-mails e mensagens de texto deixando bem claro que se não se quer nada comigo, eu definitivamente não vou querer mesmo, apesar de possessa, no tom (fracassado) mais blasé possível; e voltaria para a terapia dizendo: ”creio que não pude, devido a falta de ferramentas que me foram disponibilizadas até o momento, cumprir esta etapa de engrandecimento pessoal com êxito”. Em seguida engoliria o choro e me penitenciaria até me envolver em outro ciclo de atividades “cotidianas” para todo individuo são, mas que se tornam uma maratona, para quem se importa mais do que precisa com os detalhes, a sequência e o controle de execução.
Não se faz idéia do que se passa na cabeça de uma pessoa com certo grau de compulsão a execução de uma rotina social “cotidiana”, quanto se supõe, antevê e planeja até que as coisas aconteçam de fato, para daí, quase que invariavelmente ver-se que era tudo um grande exagero, as coisas acontecem de maneira mais simples, as pessoas não se importam tanto assim e a frustração em relação à mediocridade dos demais e, principalmente, em relação à consciência de se ter ido longe demais em relação a planos e conclusões, toma conta de todos os seus pensamentos, a imobiliza. A pipoca pula, pula, ferve, sozinha na panela, até que para e murcha, vagarosa e depressivamente.
Como se pode ter uma vida normal e pensar em tudo o que se tem que fazer e o que se quer fazer quando dentro de uma única pessoa tem todo um universo e uma linha do tempo dinâmica e retro-alimentável, que mescla passado, presente, expectativas e diversas possibilidades de resultado, com cada um dos indivíduos a sua volta – pois com poucos se tem a intimidade de preservar-lhe o livre-arbítrio, sem lhe exigir algum grau de submissão ao controle inerente ao comportamento obsessivo –, ainda assim, sem importunar as pessoas, afastá-las de seu convívio (não permitir que o abandone) e, ainda pior que isso, não se achar... mmmh, qual é a palavra mesmo? Me foge... LOUCA?
Ainda não encontrei nada próximo do utópico meio-termo. Já estou pegando ojeriza desta expressão. Prefiro a morte a ter que ser blasé, mas só consigo me comportar de maneira blasé, para não se afastarem de mim, para que não conheçam o que tenho escondido aqui. Mas estou apesar de tudo (todos os problemas que invento), me permitindo ser menos blasé e abrindo-me a manifestações criativas as quais me faz muito feliz, me dão forças para ignorar a opinião alheia (oh!). Assim, quando a ignoro, não sinto necessidade de controlá-la, conseqüentemente, não preciso policiar meu próprio comportamento, me sinto uma zona, uma bagunça física, emocional e comportamental, ainda insatisfeita, mas mais perto de ser feliz de ser quem se quer ser. Sim, cada dia mais feliz de assumir que sou esta merda, esta zona, onde nada presta, mas fuck’em, I’ll do it anyway. Wow, vou escrever uma letra de música com tudo isso e mandar num e-mail para o Renato Russo no além (já que ele tem mais chances de lançar algo que quem está vivo, né, Di?) e outro para um cover do Sex Pistols (já que o próprio, pardon mon français, CAGARIA para o meu e-mail). Em seguida vejo quem escreve a versão mais convincente da expressão dos MEUS sentimentos, quem me propõe cortar os pulsos de maneira mais lúdica (acho hilária essa palavra).
C’est ça! Ainda por cima estou em prova, deveria estar comendo livros digo, estudando.
Boa noite, Chantal. É, como em meu querido diário, você, figura anônima de desabafo vai ter nome e sim, ele será o da protagonista do livre que acabei de ler. Está fácil, quem chuta qual é?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

No monsters under your bed!

“Do it for the living and do it for the dead
do it for the monsters under your bed
do it for the teenagers and do it for your mom
broken hearts hurt but they make you strong and …”
Plagiei da minha irmã a técnica de intercalar narrativa com letras de música que eu gosto. Isso pode até ter um nome, ou ter sido uma brilhante invenção dela (adorei), mas como não conheço, simplesmente plagiei dela. Ah! E nesse caso é com uma só. Bem, pensei em uma menina que começasse do zero, não do zero total, não que nascesse de novo, ou voltasse ao útero – isso não faria o menor sentido – mas como em um filme legalzinho da década de oitenta, uma menina que pudesse viver até um ponto e voltar, acordar de novo num momento crucial na adolescência ou pré-adolescência onde nada daquilo começou, para ter uma segunda chance e recomeçar. Não sei bem o que recomeçar, mas pelo menos fazer diferente mais experiente.
                Não, ela não estaria arrependida de tudo que fez dali para frente, só queria testar como seria se fosse de outro jeito, talvez mais experiente, ou só com menos coisas na cabeça. Mmmh, isso foi contraditório, vamos reformular. Ao invés de ela poder voltar no tempo e recomeçar a partir de um ponto passado da vida só que com mais experiência – c’est très clichê – ela poderia simplesmente testar como seria de outro jeito (com memória de como já foi em outro caminho), just for the fun of it, mas dessa vez com menos preocupações e cobranças e exigências e ansiedades. Só leve e com o que se quer fazer na cabeça. Ela pode ter responsabilidade, não precisa liberar-se de qualquer resquício de superego – isso seria anarquismo psicológico e moral, Maquiavel, sei lá, mas de qualquer forma não tem nem graça, não faria sentido para se aproveitar – mas apenas mais leve já bastaria. Como teria sido?
“how's it gonna be?
i'll drop kick russell stover, move into the starting over house
and know matt rouse and jest are watching me achieve my dreams”
                Poder-se-ia escolher mandar para o inferno qualquer pessoa que impusesse vontades sobre si, deixar que cada um lide com sua voz interna se reprimindo e ordenando, mesmo que as vozes dos outros transbordem, ela não deixaria que estas a contaminem. A partir daquele ponto em que ela passou a assimilar e definir a sua voz interna repressiva, parabéns! É como se tivesse virado adulta, mas na verdade só deu continuidade aos problemas dos outros dentro de si. Então, vamos voltar antes disso, ao ponto em que ela recomeça. Ela pode escolher estudar o que quiser e ler o que quiser, simplesmente porque lhe faz bem e tudo que se faz com muito amor e com muita vontade só pode dar certo, em um aspecto ou em outro. Então ela caminha sozinha, pois todos os outros a sua volta não entendem como se vive sem uma voz de ordem, e se sente só no começo, mas seus próprios talentos a fazem companhia, até que ela encontre outros que devem pensar parecido.
“we're just dancing, we're just hugging,
singing, screaming, kissing, tugging
on the sleeve of how it used to be”
                Ainda assim tudo pode dar “errado”, as pessoas podem ir e vir, pode ser difícil confiar em alguém, pois quando se é mais instável as pessoas a tua volta também serão, mas ainda que tão difícil quanto aquele outro caminho que ela traçou e testou – antes do recomeço, se lembram? – há grandes chances de ela ser mais feliz, pois é com os mesmos pesares, mas mais honesto e na tentativa de se fazer o que a faz feliz e não só o que se acha certo.
“and we'll pray, all damn day, every day,
that all this shit our president has got us in will go away
while we strive to figure out a way we can survive
these trying times without losing our minds”
                Até que ela volta para o ponto onde ela decidiu recomeçar e vê que tudo não é tão diferente assim, mesmo com o que se passou na primeira tentativa, com all that struggling de se livrar daquela vozinha incorporada (a qual já conhecemos muito bem), ela ainda é quem ela é, talvez mais livre em alguns aspectos, mas ainda com pessoas que ama a sua volta e ainda querendo fazer mais e ser mais, sempre ambiciosa, mas talvez podendo, ao invés de recomeçar de novo e de novo, apenas começar daquele ponto mesmo com uma forma diferente de pensar. Mas agora valorizando mais quem ficou a sua volta em ambas as versões de sua vida.
“so if you wanna burn yourself remember that I LOVE YOU
and if you wanna cut yourself remember that I LOVE YOU
and if you wanna kill yourself remember that I LOVE YOU
call me up before your dead, we can make some plans instead
send me an IM, i'll be your friend”
                Ok, assumo, conhecendo como muita coisa aconteceu, talvez ela tivesse driblado alguns contratempos e tirado proveito de algumas situações, mas não queremos um 1985 alternativo do Marty McFly, queremos? Então as coisas das quais ela realmente teria tirado proveito sem atrapalhar (muito) o time-continuum não teriam feito muita diferença de qualquer forma, então para que recomeçar, mesmo? Por que não começar deste ponto de reflexão, olhar para quem a apóia e mudar o futuro em relação ao futuro alternativo de se fazer a mesma coisa que se fez até agora?
“we won't stop until somebody calls the cops
and even then we'll start again and just pretend that
nothing ever happened

we're just dancing, we're just hugging,
singing, screaming, kissing, tugging
on the sleeve of how it used to be”      
- - Loose Lips, Kimya Dawson

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

I just don't get it

I don’t get it. I just don’t. I used to think I was too immature to get it and fully comprehend all of its meanings, and, blah, blah, blah, but no. I refuse to get it.
                I said it was going to be a channel of expression, humor (dark humor to be precise) and some dots of psychiatric bullshit, I swore it was not going to be boring and depressive, but it’s kind of hard to be breeze coming from a 17-year-old funeral.
                And I still don’t fucking get it. Why are there some people so mean that get the “reward” to live for almost freaking EVER; why are there some useless people wishing to be dead (I dare to include myself in that last category sometimes, but just sometimes, just when the pills haven’t kicked in yet), while some shinning beautiful minds, full of joy, hope and future are ripped off of this world? Ok, ok, if you believe in that spirits and electromagnetism shit, you’ll end up concluding they’re in a better place, living a better life then us down here (or up here, who knows!)… Actually, they might be better off us, they might be taken away so they don’t have to deal with some douchebags like us. Mmmh. That makes sense.
                Well, enough with the imaginary wrists cutting, this douchebag over here is going to bed, ‘cause I’m still alive, still have to work tomorrow, I still miss Daniel, Gaio, Carlão and now Bruna, but wishing they can get to hang out with much cooler people then myself. I wish I could believe that. Someday I might. Who knows? And then, again, I still gotta work tomorrow, that’s what I do. Best regards, guys, and please, please, please, please, try to stay alive, ok? Kthxby!

sábado, 23 de outubro de 2010

So... Borderline, OCD, or whatever tha fuck that might be

Este é o tipo de texto impublicável, ou que se publica com um pseudônimo, para atender às necessidades da voz na minha cabeça – no kidding – me orientando a manter a compostura e não manchar minha imagem com uma fraqueza como um distúrbio de personalidade. Enquanto não decido qual será o canal mais confortável (ops, I’ve just posted it!), vou escrevendo (sim, pode ser apenas como forma de tratamento, ou só para praticar minha digitação sem precisar conversar com idiotas no MSN, GTALK ou outros), salvando, relendo e pensando. Eu preciso disso, sempre precisei, comecei aos 12 e parei aos 13, mas me permiti recomeçar. Assim, este blog e estes textos podem me ajudar, entretê-los (não se preocupem, não costumo soar tão depressiva, é mais como um tipo de humor negro) e até ajudar (com uma pretensão limitada) quem mais se sinta assim e queria rir de si.
Não se engane, não é fácil recomeçar a escrever (convido e desafio quem esteja lendo), muito menos abrir o que se sentia ou pensava antes de se tornar adulto, dói muito encarar algumas frustrações e dói ainda mais admitir que se sente dor. Além do fato de que existe aquela voz que reside na minha cabeça praticamente dominando minhas decisões sobre o que eu posso fazer e achar a meu respeito. Como disse, embora este texto e os seguintes possam parecer um tanto depressivos, escritos por alguém de baixa auto-estima tentando desesperadamente se entender e fugir das armadilhas da depressão – às vezes não sei quando é aquela voz falando ou quando sou eu – vou ter um pouco mas de coragem do que tive nos últimos anos e vou escrevê-los do mesmo jeito, podem deixar que vem acompanhados de conclusões interessantes e uma incrível capacidade que tenho de rir da minha desgraça e da dos outros. A que for mais engraçada no momento, sem julgamentos morais. Então continue lendo, depois vemos no que vai dar, combinado?
Voltando ao objeto do texto (e da sequência que esta por ser escrita), preciso e vou descrever o que penso a meu respeito e a respeito do mundo e das minhas expectativas, pode soar cansativo e “self-centered”, mas não se engane, além de bem humorado garanto que muitos se identificarão com boa parte destas reflexões, embora o objetivo principal seja me entender – devo ser franca – muito provavelmente eu possa ajudar outros perdidos, vítimas das mesmas mazelas psiquiátricas, a se entenderem.
Pois bem, comecemos por algumas taças de vinho para catalisar a coragem que vem se instaurando nos últimos meses e com um ano de mudanças. É preciso estar sozinho e, para quem tem certas vozes de comando internas, levemente alcoolizado para abrir a mente. Comecemos por esse ano de mudanças: a partir de iniciativas aparentemente superficiais, uma avalanche de questionamentos se instaurou em mim. Possivelmente para melhor, mas ainda é cedo para dizer. Comecei o ano com um projeto que aparentava ser maravilhoso (ainda pode ser), um Mestrado, muito bem reconhecido, que muito exigiria de mim, mas que em compensação muitos frutos me trariam. Nunca tive a ingenuidade de que os frutos que cairiam da árvore seriam amoras doces e maduras, sempre soube que eu treparia num pé de jaca alto e espinhoso para gritar lá de cima “ei, eu sou muito boa no que faço e tenho um certificado que o prova!”, para então comer um pedaço de jaca fedorenta e rançosa, até que finalmente me oferecessem o tão esperado suprimento de amoras. Mas, come on! Quantas vezes vou ter que cair e me machucar até escalar o topo da árvore? Já entendi, já estou me superando, já engoli meu orgulho over, and over, and over again, não me queixo das noites perdidas, stress de provas, trabalhos, pressão para produzir, competição entre colegas (ops, desculpa, era segredo! Ninguém está competindo, tá?), estou assimilando tudo como crescimento e amadurecimento, mas nunca pensei que eu fosse questionar tanto a meu respeito, do que eu quero, do que eu sou capaz, por causa de um projeto acadêmico. Não sei mais se isso prova o quanto isso é importante para mim, o quanto é parte do que eu sou ou... se expõe o quanto eu não sei o que eu sou. Ok, now it’s getting depressive again, back to the point.
Mais uma mudança: impus-me a meta de até o final do ano mexer my fat ass (it’s pretty skinny, actualy) e sair da casa dos meus pais. Não é impulso adolescente retardado, devo me defender aqui, por alguns anos era financeiramente confortável, eu guardei dinheiro para comprar um apartamento e investir, mas por alguns anos eu me escondi atrás desta desculpa pelo PAVOR de virar adulta. Mas este pavor deveria acabar e a melhor forma de fazê-lo era o enfrentando, assim, cá estou em um apartamento alugado (o tal do dinheiro guardado está parte empregado na quitação de uma dívida de um apartamento na planta, parte... I have no freaking idea where, to be frank), praticamente vazio, sujo (preciso contratar uma diarista) e sem a menor motivação de fazer todas as coisas legais que eu planejava quando finalmente saísse de casa. Mas falemos disso em outra ocasião, ainda há esperança de me divertir com isso, vamos ver o pode ser da minha vida social daqui pra frente, se finalmente vou poder (com quase 30!) cozinhar um miojo sem queimar. Sem eufemismo.
Outra nova deste ano: o que me faz feliz. Me permiti não dar ouvidos àquela voz por um instante e voltei a estudar piano e a nadar. Sempre amei estas duas atividades, sempre me fizeram um bem inexplicável, uma sensação positiva, de felicidade, praticamente... humana. Ainda sinto medo de avançar, ainda tenho pavor de que me ouçam tocando, ainda acho que sou péssima em ambos, apesar do que qualquer um diga, mas me permito ser medrosa por hora e fazê-las exclusivamente para mim. São as únicas atividades que me despertam um sentimento bom e forte, que me dão coragem de assumir que tenho medo de mostrar para os outros, se é que isso faz algum sentindo, me fazem querer fazer o que quero, independente da voz. Que seja esconder de todo mundo, whatever.
Agora voltemos ao que começamos a tratar aqui. Algumas outras ocupações da minha vida – como meu trabalho, por exemplo – me fazem feliz, mas de outra forma, eu preciso das mesmas, sem elas, não existo. Mesmo, não falo só de salário pra não morrer de fome e deixar de existir, me refiro à sanidade mental. É aqui que entro numa zona nebulosa, não sei até que ponto as executo de maneira compulsiva, para me acalmar e me garantir um porto seguro, ou porque realmente fazem parte do que gosto e do que sou. Eu sei que preciso executar algo certo, previsível e coordenado (até em certo ponto repetitivo), para não desmoronar, para me sentir segura e controlar a ansiedade, mas não pode isto também me fazer feliz? E se o faço bem, com prazer e me traz reconhecimento, não posso gostar deste reconhecimento, preciso “assumir” o tempo todo que não vivo sem reconhecimento, que sou carente e preciso disso? Sim, dói assumir qualquer tipo de carência, é o fator que afirma a existência de carência, mas e se além de saciar esta necessidade, me faz feliz, o que há de errado?
Assim, fico pendendo entre uma euforia ansiosa e neurótica de fazer mais, de cumprir as tarefas que me trazem reconhecimento, como pipoca estourando na panela, como um rojão queimando pólvora num barulhinho ansioso, prestes a explodir e uma bola de ferro depressiva amarrada no meu pé, atada às correntes que seguram minhas mãos, impedindo a explosão do rojão. Sinto algo que me segura firme pelos braços e fala em uma voz clara e nítida, um belo e sonoro NÃO. Não sei. Não sei qual rótulo abraço para me sentir melhor “diagnosticada”, se isso faz diferença ou se se pode tratar tudo a respeito disso ao mesmo tempo. Meu terapeuta tenta, eu o ajudo sempre que posso. Por enquanto tu, querido Microsoft Word 2007, tu, blogger.com e vocês, pacientes leitores, serão mais algumas das ferramentas obsessivas e neuróticas que adquiri, sejam bem vindos.